Na tarde desta segunda-feira (23), foi formada a primeira turma da capacitação sobre o Suporte Básico de Vida, promovido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) aos profissionais que atuam na Coordenadoria de Salvamento Marítimo de Salvador (Salvamar). Serão quatro turmas ao todo, que abrangem os 270 salva-vidas do órgão. Durante a capacitação, os alunos foram apresentados aos novos procedimentos adotados pelo protocolo internacional previsto na American Heart Association, instituição norte-americana que regulamenta os processos de atendimento às paradas cardiorrespiratórias. “Como os salva-vidas estão na primeira linha de salvamento nos acidentes ocorridos nas praias, a exemplo dos afogamentos, precisamos que todos estejam atualizados com esse novo protocolo”, explica a coordenadora do Núcleo de Educação Permanente do Samu, Manuela Melo Costa.
“Pretendemos com isso capacitar estes profissionais, e como não podemos parar o atendimento deles de uma forma total, conseguimos dividi-los em quatro turmas”, continua a coordenadora. O objetivo do curso é de orientar os profissionais sobre a maneira correta de identificar as prováveis paradas cardiorrespiratórias, ocasionadas durante o afogamento, situação que tem se intensificado em alguns pontos da Orla da capital.
Quando é identificada a parada cardiorrespiratória, se o paciente for atendido em até quatro minutos, as chances de ser salvo aumenta em até 80% e, como sequela, ele pode sofrer algum tipo de lesão cerebral. Caso o tempo do atendimento aumente para dez minutos, as chances reduzem para apenas 5%, e o paciente pode vir a óbito.
“O trabalho destes profissionais, atuando em primeiro momento, ajuda no trabalho das equipes do Samu também, porque, se as ambulâncias demorarem a chegar por algum motivo, o atendimento ao afogado não deixará de ser feito”, exemplifica Manuela.
Atualização – “Este treinamento serve para nós como uma reciclagem, um aprendizado de novas técnicas. Como lidamos com instruções para a saúde da população, precisamos estar atualizados com os novos processos aplicados em todos os tipos de salvamento”, diz a salva-vidas Edivânia Fernandes. Além de relembrar as técnicas tradicionais, os profissionais também aprendem a utilizar o DEA (Desfibrilador Externo Automático), aparelho que faz o diagnóstico do ritmo elétrico do coração e sugere a aplicação do choque, durante uma parada cardíaca.
Afogamentos – Segundo dados da própria Salvamar, foram registrados este ano 723 afogamentos, com seis óbitos (nas praias de Piatã, Flamengo, Jaguaribe, Catussaba e Jardim de Alah e Pituaçu, este último ocorrido na tarde da segunda-feira). No total das ocorrências, o destaque é para a praia de Patamares, que registrou 55 afogamentos desde janeiro.