A Secretaria Municipal da Saúde (SMS) alerta a população soteropolitana para a importância do diagnóstico precoce da tuberculose, ao lembrar que no ano passado foram registradas em Salvador 1.714 novas ocorrências com 105 óbitos. Segundo a secretaria, Salvador é a quarta capital em casos de tuberculose, doença infecto-contagiosa que preocupa e é uma das que mais provoca mortes no mundo. A maior dificuldade para erradicar a doença está no abandono do tratamento pelos pacientes que deve durar em média seis meses. A interrupção pode agravar a doença.

O Instituto Baiano de Investigação da Tuberculose (IBIT), referência internacional sobre a enfermidade, registrou no ano passado na capital baiana um índice de cura de 87,7% e 3% de abandono do tratamento adequado, indicador superior ao exigido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A tosse por mais de três semanas é o principal sintoma da doença. Emagrecimento, falta de apetite, dor no peito, cansaço, sudorese, febre, produção de catarro, e nos casos mais avançados, escarro com sangue são outros sinais da patologia.

O médico clínico da rede de Atenção Básica do município, Afonso Roberto Batista, alerta para a importância do diagnóstico precoce. “Através do teste rápido molecular feito gratuitamente nas unidades de saúde, identifica-se o DNA do bacilo e a resistência à rifampicina (medicamento para tratamento). Assim, evita-se que a doença se espalhe, pois quando o bacilo já está estabelecido, a chance é grande de passar para outra pessoa, principalmente familiares e pessoas próximas “, explicou. O contágio é por meio da saliva contaminada, quando alguém tosse, espirra ou fala muito perto do outro.

Rede capacitada – As unidades de saúde da rede municipal de Salvador contam com equipes treinadas e capacitadas para a assistência integral aos portadores de tuberculose. Todas as pessoas que apresentarem os sintomas respiratórios persistentes há mais de três semanas devem procurar as unidades o mais rápido possível. O tratamento é gratuito e deve ser iniciado de imediato.

A desnutrição, o alcoolismo, o uso de drogas ilícitas e medicação imunosupressora (para evitar a rejeição de órgão transplantado) ampliam o risco de contrair a doença. Formas graves de tuberculose podem se desenvolver nos portadores do vírus HIV e de doenças como diabetes, por isso esses pacientes devem estar em constante observação médica. Para se proteger contra o agravo, as unidades de saúde ofertam a vacina BCG contra a doença que devem ser tomadas pelas crianças ao nascer.