A Secretaria Municipal de Saúde de Salvador intensifica na última semana do mês de julho, a importância de prevenir, diagnosticar e tratar a população acometida pelas hepatites virais em alusão a campanha ‘Julho Amarelo’.

Ao longo de todo o mês aconteceram ações educativas nas unidades de saúde do município, visando sensibilizar os usuários, com a distribuição de informativos e preservativos interno e externo, bem como realização de palestras, além do incentivo para a vacinação e testagem, o que pode contribuir para a cura ou controle da doença, já que a hepatite pode demorar anos para apresentar os primeiros sintomas.

A hepatite é uma infecção que atinge o fígado, causando alterações leves, moderadas ou graves. Na maioria das vezes são infecções silenciosas, ou seja, não apresentam sintomas. Entretanto, quando presentes, elas podem se manifestar como: cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras.

As mais comuns no Brasil são as hepatites B e C, que são transmitidas através do sangue, o que pode acontecer durante o parto ou com compartilhamento de objetos perfurocortantes, e também pelo contato com secreções corporais, isso inclui relações sexuais sem preservativo. O tipo A da doença também tem um número considerável de casos no país, e pode ser contraída por meio fecal-oral (contato de fezes com a boca). A doença tem grande relação com alimentos ou água inseguros, baixos níveis de saneamento básico e de higiene pessoal.

Vacinas

As 160 salas de vacinação da rede disponibilizam o imunizante para a hepatite B, que está disponível para todas as faixas etárias e a de hepatite A está no calendário aos 15 meses, mas pode ser feito até 4 anos 11 meses e 29 dias (não vacinados) e grupos especiais conforme definido pelo Ministério da Saúde.

Testagem

A testagem rápida com diagnóstico para hepatites virais pode ser realizada nos Multicentros de Saúde de Salvador e nas unidades básicas de saúde da rede municipal, com resultado em até 30 minutos. Os exames podem ser feitos de segunda a sexta-feira, exceto aos feriados, das 8h às 17h, por demanda espontânea e ordem de chegada.

É um procedimento simples, realizado com sigilo e discrição do paciente e muito importante para quebrar a cadeia de transmissão do vírus.

Assistência integral

Os pacientes com o resultado positivo realizam novos exames confirmatórios e são encaminhados para os ambulatórios especializados na assistência integral a pessoa com o diagnóstico de hepatite. Os ambulatórios ficam dentro dos Multicentros Carlos Gomes e Vale das Pedrinhas, que oferecem ainda atendimento médico multidisciplinar e medicamentos para o tratamento. O SEMAE – Serviço Municipal de Assistência Especializada, no Multicentro Liberdade, também acolhe os pacientes com o agravo. Cerca de dois mil pacientes são acolhidos nas unidades especializadas.

Dados do Ministério da Saúde – De 2000 a 2021, foram notificados 718.651 casos confirmados de hepatites virais no Brasil. Destes, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D. Os óbitos por hepatite C são a maior causa de morte entre as hepatites virais. De 2000 a 2020, foram identificados 62.611 óbitos associados à hepatite C (76,2% do total de óbitos por hepatites virais). As hepatites B e C são as principais causas de doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular (câncer). Dessa forma, a carga de doenças resultante das hepatites virais representa uma questão importante para o Sistema Único de Saúde (SUS).

Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde estimam que apenas uma em cada 20 pessoas com hepatite sabe que tem o vírus. O órgão global projeta ainda que cerca de 400 milhões de indivíduos estejam infectados pelos vírus das tipologias B e C em todo o mundo. Nesse sentido, o incentivo ao diagnóstico precoce é fundamental para parar a cadeia de transmissão da patologia.