O Dia Nacional de Combate à Tuberculose é celebrado nesta sexta-feira (17). Em Salvador, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), promove durante todo o ano, o Programa de Controle da Tuberculose, voltado para a prevenção, diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento dos casos de tuberculose na cidade, em mais de 140 postos de saúde, nos doze Distritos Sanitários da capital baiana.

O programa tem como objetivo principal reduzir a incidência da tuberculose, melhorar a qualidade do diagnóstico e tratamento, e diminuir a mortalidade associada à doença. Para isso, são desenvolvidas ações em diferentes áreas, como a vigilância epidemiológica, a educação em saúde, a capacitação dos profissionais de saúde e a oferta de serviços especializados.

A vice-prefeita e titular da SMS, Ana Paula Matos, enfatiza que uma ação importante do programa é a educação em saúde na rotina dos serviços e espaços comunitários. “Com o objetivo de informar a população sobre a tuberculose, seus sintomas, formas de transmissão e prevenção, são realizadas campanhas de sensibilização, palestras, distribuição de materiais educativos e orientações para a população em geral, além de ações específicas para grupos de maior vulnerabilidade, como pessoas em situação de rua, usuários de drogas e pessoas vivendo com HIV/AIDS”, destaca.

Ivna Cavalcante, chefe de Linhas de Cuidado da SMS explica que “uma das estratégias adotadas pelo programa é a busca ativa de casos de tuberculose, através da identificação precoce de pessoas com sintomas da doença (como tosse persistente, febre, sudorese noturna, perda de peso e fraqueza), capacitação dos profissionais de saúde (para a identificação dos sintomas), realização de exames de diagnóstico (como Teste Rápido Molecular, baciloscopia e cultura de escarro) e oferta de tratamento adequado”.

Ela informa que o tratamento da tuberculose é realizado com a administração de medicamentos específicos, como a rifampicina, a isoniazida, a pirazinamida e a etambutol. “O tratamento é gratuito e oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), seguindo as diretrizes do Ministério da Saúde. É fundamental que o tratamento seja realizado de forma adequada e completa, geralmente com duração de seis meses, para garantir a cura da doença e evitar o desenvolvimento de resistência aos medicamentos”, complementa.

A SMS conta com 143 Unidades Básicas de Saúde com o Programa de Controle de Tuberculose implantado. Até outubro de 2023, dos casos de tuberculose com comprovação laboratorial diagnosticados na coorte de 2022 (janeiro a dezembro 2022), o município apresentou 48,1% de cura.

SAIBA MAIS SOBRE A DOENÇA

Tuberculose: – Trata-se de uma doença infecciosa e transmissível que afeta prioritariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e/ou sistemas. É causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Koch (em homenagem ao Dr. Robert Koch, descobridor da causa da doença). Apesar de ser antiga, a tuberculose continua sendo um importante problema de saúde pública, prevalecendo em condições de pobreza e contribuindo para a perpetuação da desigualdade social. No mundo, a cada ano, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por tuberculose. A doença é responsável por uma morte a cada 21 segundos, o que equivale a mais de um milhão de óbitos anuais (BRASIL, 2021). No Brasil, são notificados aproximadamente 70 mil casos novos e ocorrem cerca de 4,5 mil mortes em decorrência da tuberculose, anualmente (BRASIL, 2021).

Transmissão: – A transmissão é direta, de pessoa a pessoa – ao falar, espirrar ou tossir, o doente expele pequenas gotas de saliva que contêm o agente infeccioso e podem ser aspiradas por outro indivíduo, contaminando-o. Má alimentação, falta de higiene, tabagismo, alcoolismo, uso de drogas ilícitas ou qualquer outro fator que gere baixa resistência orgânica, também favorecem o estabelecimento da doença. Além dos fatores relacionados ao sistema imunológico de cada pessoa e à exposição ao bacilo, o adoecimento por tuberculose, muitas vezes, está ligado às condições precárias de vida. Assim, alguns grupos populacionais podem apresentar situações de maior vulnerabilidade: Indígenas: 3 x mais risco de adoecer pela doença; Pessoas privadas de liberdade: 26 x mais risco de adoecer pela doença; Pessoas que vivem com HIV/aids: 21 x mais risco de adoecer pela doença; Pessoas em situação de rua: 56 x mais risco de adoecer pela doença;

Sintomas: – Algumas pessoas não exibem nenhum indício da doença, outras apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns meses (ou anos). Contudo, a maioria dos sinais e sintomas mais frequentemente descritos são: tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue; cansaço excessivo; febre baixa, geralmente, à tarde; sudorese noturna; falta de apetite; palidez; emagrecimento acentuado; rouquidão; fraqueza; prostração. Os casos graves apresentam dificuldade na respiração; eliminação de grande quantidade de sangue; colapso do pulmão e acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) – se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.

Tratamento: – O tratamento da tuberculose é à base de antibióticos, dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Logo nas primeiras semanas de terapia, o paciente já se sente melhor e tende a interromper ou alterar a tomada dos remédios, o que pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de tuberculose resistente aos medicamentos, daí a importância de que os pacientes sejam orientadas, de forma clara, quanto às características da doença e do tratamento (duração e esquema do tratamento, recomendações sobre a utilização dos medicamentos, eventos adversos).
Com o início da terapia, a transmissibilidade tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o tratamento supervisionado, uma estratégia importante no controle da doença, disponível em todo o Brasil pelo Sistema Único de Saúde.

Prevenção: – A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no SUS, protege a criança das formas mais graves da doença e está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades. Essa vacina deve ser ministrada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os quatro anos, 11 meses e 29 dias. Ainda como medida preventiva, é necessário avaliar familiares e outros contatos do paciente para que não desenvolvam a forma ativa da tuberculose.