Desde o início de setembro, a capital baiana oferta a imunização Pré-Exposição contra Raiva Humana para público com maior vulnerabilidade

Somente em 2022, foram confirmados cinco casos de raiva humana no país, sendo quatro em Bertópolis/MG e um no Distrito Federal. A reintrodução da doença no território nacional acende o alerta para o risco da ocorrência de novos casos em Salvador.

Com o objetivo de proteger os profissionais que exercem atividades passíveis de exposição ao vírus rábico, a Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria Municipal da Saúde, oferta a vacinação contra Raiva Humana – Profilaxia Pré-Exposição. No total, 156 salas de vacina instaladas nos postos de saúde da Atenção Básica da rede municipal ofertará o imunizante de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 08 às 17 horas.

Iniciada em 01 de setembro, a busca pela vacina ainda é tímida nas unidades de saúde da capital. Cerca de 300 pessoas foram imunizadas durante a estratégia no município. Salvador é a segunda capital do país a promover a mobilização de imunização contra raiva humana no país.

Este ano, as equipes do Centro de Controle de Zoonoses já identificaram dois casos positivos de raiva silvestre em morcegos capturados em Salvador. De acordo com Doiane Lemos, a circulação do vírus na cidade torna ainda mais importante a adesão à imunização.

“A confirmação de casos de raiva silvestre no município aumenta o sinal de alerta. Estamos implementando uma série de ações para impedir a ocorrência de casos de raiva em humanos e animais em Salvador. Já está em curso tanto a campanha de vacinação de cães e gatos quanto a estratégia de imunização do público mais vulnerável ao vírus em decorrência da atividade que exerce. É necessário que a população elegível busquem os postos para se protegerem da raiva que é um agravo com 100% de letalidade”, explicou Doiane Lemos, coordenadora de imunização.

Quem poderá ser vacinado?

A campanha é para público específico. Poderão ter acesso ao imunizante as seguintes categorias de pessoas:

– Profissional formado (medicina veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica, espeleologia e áreas afins);
– Estudante (medicina veterinária, zootecnia, biologia, agronomia, agrotécnica, espeleologia e áreas afins);
– Protetor de animais e ONG’s;
– Agentes de Saúde (ACS e ACE);
– Profissional que atua em laboratório de virologia e anatomopatologia para raiva;
– Profissional que atua na captura, contenção e manejo de animais;
– Profissional que atua em pets (banho e tosa);
– Profissional que realiza atendimento em Clinicas, consultórios e Hospitais veterinários;
– Profissional que atua no Zoológico;
– Profissional que atua em campo em pesquisas ou investigações epidemiológicas com animais silvestres;
– Profissional do turismo/viajantes que se deslocam para áreas de risco;
– Outros profissionais que atuam em áreas/atividades de risco (carteiros, tratadores);

Documentos exigidos

Durante o ato da vacinação, os interessados deverão apresentar além de um documento oficial de identificação com foto, as seguintes comprovações:
– Apresentação da carteira do conselho (para os profissionais formados);
– Apresentação do comprovante de matricula atual (para os estudantes);
– Apresentação do crachá da Secretaria Municipal da Saúde (para os colaboradores que atuam na pasta);
– Autodeclaração ((para os protetores de animais);
– Profissionais que atuam em instituições na qual desenvolve atividade compatível com as categorias elegíveis para a vacinação (Declaração da instituição em que desenvolve a atividade especificando a área de atuação em papel timbrado assinado pela chefia imediata).

A doença

A vacinação é a principal medida de prevenção da raiva, que é uma zoonose com 100% de letalidade. A doença pode ser transmitida através da mordedura, lambedura e arranhadura dos animais infectados para os seres humanos.

Veterinários do Centro de Controle de Zoonoses também estão realizando ações de vigilância em toda cidade com a captura de morcegos com suspeita da zoonose. Os exames laboratoriais realizados até o momento detectaram a presença do vírus da raiva em dois morcegos entre outubro de 2021 e julho de 2022, fato que pode expor seres humanos e outros animais ao risco de infecção, caso haja contato com os mesmos.

O último caso de raiva humana em Salvador foi registrado em 2004. As pessoas que tiverem contato com qualquer animal suspeito de raiva devem lavar imediatamente o local com água e sabão e procurar o serviço de saúde.