camp_polioA campanha nacional de vacinação contra poliomielite, que terminaria na última sexta-feira (3) foi prorrogada para até o dia 17 de julho na Bahia. A expectativa da Secretaria Municipal da Saúde de Salvador era de imunizar pelo menos 212 mil crianças, mas por conta dos feriados no mês de junho e julho, além da greve dos servidores municipais, a meta não foi alcançada. Galeria de imagens.

Ao todo foram imunizadas 147 mil 156 crianças, o que representa 69,5% do total. “Nós estávamos trabalhando com a idéia de vacinar pelo menos 95% da meta, mas por causa desses feriados não conseguimos. Agora a população tem mais tempo para imunizar as crianças”, explica a coordenadora do setor de doenças imunopreviníveis da SMS, Ana Rita Vasconcelos.

Em Salvador, a vacina está disponível em todas as unidades de saúde do município. Mesmo com a erradicação da doença no Brasil, ainda há risco da reintrodução do vírus selvagem no país. “No ano passado não alcançamos a meta de 212 mil crianças, e isso vem se repetindo a cada ano, o que nos deixa preocupados, uma vez que as crianças que não são vacinadas ficam suscetíveis ao vírus que pode vir de outros paises da África”, afirma Ana Rita Vasconcelos. Por isso, o objetivo da campanha é assegurar que todas as crianças menores de cinco anos sejam imunizadas.

A criança que tomou a vacina no ano passado pode ser vacinada novamente. Apenas aquelas que estão passando por quimioterapia, radioterapia, ou esteja com febre alta, ou tomando altas doses de corticóide devem adiar a vacinação, já que a dose não fará efeito.

Mesmo com o fim da campanha, as crianças ainda poderão ser vacinadas nos postos de saúde durante todo o ano. “A campanha tem como objetivo mobilizar a população para vacinar as crianças, o que não quer dizer que quando ela acaba a vacinação também termina. Quem não se vacinar até o dia 17 de julho apenas não entrará nas estatísticas da campanha”, explica Ana Rita. Além da vacina contra poliomielite são disponibilizadas nos postos doses contra tuberculose, hepatite b, rotavírus humanos, difteria, tétano, coqueluche, febre amarela, caxumba, rubéola e sarampo.

Poliomielite

A poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença infecto-contagiosa viral aguda que atinge principalmente crianças de até 5 anos. A doença é transmitida pelo poliovírus, que entra pela boca. Ele é carregado pelas fezes e gotículas expelidas durante a fala, tosse e espirro da pessoa contaminada. Falta de higiene pessoal e de saneamento na moradia e concentração de muitas crianças na mesma casa favorecem a transmissão. O período de incubação (tempo que demora entre o contágio e o desenvolvimento da doença) é geralmente de 7 a 12 dias, podendo variar de 2 a 30 dias. A transmissão pode ocorrer durante o período de incubação.

Os sintomas da doença são variáveis e de 90 a 95% dos casos, a pólio não apresenta indício algum. Nos casos em que há paralisia ocorre: instalação súbita da deficiência motora, febre, paralisia, principalmente dos membros (com mais freqüência, os inferiores), flacidez muscular e diminuição ou ausência de reflexos profundos na área paralisada. A pólio pode deixar seqüelas graves e, em alguns casos, levar à morte. A prevenção é feita através da vacinação, que garante proteção contra a doença por toda a vida.