A Secretaria Municipal da Saúde, realizou nesta quarta-feira (15), no Campo da Pólvora, a Iª Feira de Saúde Mental. A ação foi organizada pela CAPS, Roberto Pelegrino (Jardim baiano) que faz parte do Distrito Sanitário Centro Histórico e teve como principal objetivo dar visibilidade ao mês da luta antimanicomial, bem como celebrar duas décadas da implementação da reforma psiquiátrica e a revolução da assistência aos cidadãos. Mais de 900 procedimentos foram realizados.

Durante a estratégia, além de receber orientações sobre o fluxo de atendimento e serviços voltados à saúde mental, a população contou com serviços como: aferição de pressão arterial, medição da taxa de glicemia, atendimento odontológico, além de testes rápidos para a detecção das DST´s (Doenças Sexualmente Transmissíveis), como o HIV e a sífilis. Também foram realizadas exposições de materiais produzidos por pacientes em tratamento na unidade.

André Dória coordenador do CAPS, ressaltou a importância da feira como forma de evidenciar o tratamento mental realizado no local. “A iniciativa visa dar visibilidade a essas pessoas. A saúde mental hoje ainda é o ramo mais invisível da saúde. Existe um grande desconhecimento em relação à saúde mental, e essas pessoas são muito marcadas pelo preconceito, então buscamos mudar esse paradigma criado em torno das doenças mentais e oferecer outros tratamentos básico e de cunho social que essas pessoas precisam”, declarou.

Para a psicóloga Sumaia Costa, o evento é um progresso no sentido de levar entendimento para a população sobre a importância de cuidar da mente. “O tratamento oferecido aqui busca minimizar a ida de pacientes para os manicômios, esse encaminhamento só é feito em situações extremas, e mesmo assim sem a característica de internação, apenas como um tratamento. A saúde mental é um assunto muito sério que não deve ser tratado apenas no mês de maio, saúde mental é tudo, são nossas emoções, nossos sentimentos e precisamos tratar disso como prioridade”, ressaltou.

Além dos profissionais de saúde e voluntários, o evento contou com a presença de familiares e pacientes. Lucimar França, mãe de um paciente falou sobre a importância do serviço e a qualificação de todos os profissionais envolvidos. “O Centro foi um presente dos céus na minha vida. Meu filho se tratava há muitos anos de uma esquizofrenia paranoica e só no CAPS ele conseguiu se adaptar. Os profissionais que o acolheram são maravilhosos, existe uma agenda de acordo com o perfil do paciente, com acesso a massoterapia, natação e outras atividades, e tudo isso colaborou com a evolução dele”, afirmou.

O projeto contou ainda com o apoio da Defensoria Pública da União (DPU), Defensoria Pública do Estado (DPE) e Ministério Público (MP-BA), que prestaram serviços de orientações e encaminhamentos de processos.