A veiculação e compartilhamento de informações falsas relacionadas ao coronavírus por meio de redes sociais ou aplicativos de mensagens preocupa as equipes de assistência da Secretaria Municipal da Saúde. De acordo com o coordenador médico hospitalar e de urgências de Salvador, Ivan Paiva, a disseminação das chamadas “fakes news” além de gerar um clima de intranquilidade desnecessária, pode causar prejuízos graves à saúde das pessoas que aderirem a tratamentos questionáveis sugeridos nas correntes de notícias inverídicas.

Na última terça-feira (10), cerca de 40 pessoas morreram no Irã em decorrência de fake news ligada ao COVID-19. Boatos de que a ingestão de álcool poderia combater o vírus levou que indivíduos a consumirem o produto utilizado para limpeza, causando óbitos por intoxicação causada por metanol.

“O combate às falsas notícias tem sido um desafio para saúde pública mundial. A recomendação é que as pessoas evitem replicar conteúdos duvidosos ou provenientes de fontes não oficiais, sobretudo, quando o assunto for o coronavírus. No momento, não há motivos para pânico. Salvador não registra casos confirmados da infecção e toda a rede pública e privada está capacitada para acolhimento dos pacientes suspeitos e tratamento de possíveis episódios confirmados”, afirmou Ivan Paiva.

O médico afirmou ainda que o compartilhamento de boatos pode interferir negativamente no fluxo das unidades de saúde. “Circula nos aplicativo de mensagens um áudio confirmando o óbito de um paciente infectado por coronavírus na UPA de Itapuã. Essa notícia falsa causou um alarde na unidade. Um paciente internado, por exemplo, queria evadir o posto com medo de contaminação”, exemplificou.

Diariamente, as pastas da Saúde Estadual e Municipal estão divulgando conjuntamente boletins atualizados sobre a situação epidemiológica do COVID-19 na Bahia. Até às 17 horas da última quarta-feira (11), foram notificados 101 casos da doença em Salvador. Do total, 75 ocorrências já foram descartadas e outros 26 aguardam resultados laboratoriais.

Entre 22 de janeiro e 27 de fevereiro, o serviço Saúde sem Fake News, do Ministério de Saúde, analisou cerca de 6 mil notícias que circulavam em redes sociais sobre o novo coronavírus. Segundo o órgão, 85% das conteúdos compartilhados eram falsos.